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segunda-feira, 7 de junho de 2010

A normalidade dos dias de hoje...


Hoje ao ouvir a notícia do 1º casamento gay em Portugal surgiu uma questão na minha cabeça. O que é normal hoje?

Nós os que andamos nos 30 e alguns, crescemos na normalidade dos casais ele e ela, agora com a legalização do casamento homossexual essa é uma normalidade que deixa de existir.

Confesso que há uns tempos atrás quando em conversa se falava do casamento homossexual, eu afirmava que não tinha nada contra, achava que as pessoas tinham todas os mesmos direitos. Hoje continuo a pensar que temos todos os mesmos direitos, continuo a achar que ninguém deve ser descriminado por ter uma orientação sexual diferente, mas também é hoje que penso no impacto negativo que este tipo de medidas pode ter nas gerações mais novas. Será que os pais de crianças com 3, 4, 5 anos, já pensaram que os filhos vão crescer a pensar que namorar, casar com um homem ou com uma mulher é exactamente a mesma coisa, já pensaram na confusão que isso pode fazer em termos da formação da sua identidade. Ok, podem dizer crescem num mundo onde se aceitam todas as pessoas de maneira igual... nada mais utópico, pois o mundo nunca vai olhar para as pessoas de maneira igual, ou porque é gorda, magra, alta, baixa, pobre, rica, faz de conta que é rica, etc. e muito sinceramente acho que nunca se vai olhar para um casal homossexual da mesma maneira que se olha para um casal heterossexual, enfim... Como é que os pais vão explicar aos filhos, por exemplo, a questão dos bebés, vão dizer às suas filhas, “olha quando cresceres se casares com um homem podes ter filhos de uma maneira natural, caso cases com uma mulher tens várias hipóteses, podes recorrer a uma inseminação natural recorrendo ao esperma de um amigo, ou de um desconhecido, podes recorrer a uma barriga de aluguer, podes adoptar, enfim filha há várias hipóteses”...
Vamos dizer “olha! o normal é menino-menina” e depois quando nos questionarem sobre aquelas senhoras ou aqueles senhores que se casaram, que vamos dizer que são uma normalidade fora do normal?!?
E quanto à orientação sexual de quem crescer nesta nova normalidade? Não haverá qualquer problema em a Maria hoje apresentar o Miguel como o seu namorado e daqui a uns tempos aparecer em casa com a Joana a sua namorada, pois a normalidade não pode ser só para uma coisa e passar a anormalidade para outra. Não sei quem ficará mais confuso se os pais ou os filhos quando começarmos a viver em pleno esta nova normalidade. Não sou homofóbica, haverá concerteza alguém que ao ler estas palavras vai dizer que o sou, acredito na liberdade e no direito à felicidade que tal como eu disse hoje deve ser a nossa missão na vida, mas também tal como disse hoje, não a qualquer preço. A minha liberdade acaba quando começa a dos outros, esta frase para mim quer dizer que a minha liberdade acaba onde começa a minha responsabilidade e a nossa liberdade pode ser limitada em função da  nossa responsabilidade para com os outros, tal como disse Victor Hugo "Tudo o que aumenta a liberdade aumenta a responsabilidade." A questão que agora se põe é se estamos preparados para assumir esta nova responsabilidade.


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